Uma questão de dignidade<br>e democracia
A defesa do aumento do Salário Mínimo Nacional foi reafirmada na passada semana no Parlamento pela deputada comunista Rita Rato, sendo por si considerada uma exigência incontornável enquanto elemento de valorização e dignificação do trabalho e dos trabalhadores, instrumento de combate à pobreza e de desenvolvimento económico.
A suscitar o debate esteve uma petição em favor do aumento do SMN, matéria encarada pelos seus milhares de subscritores como sendo ainda uma «questão de justiça e de direitos humanos».
Concepção que não colheu propriamente nos quadrantes à direita do hemiciclo, com o deputado do CDS António Carlos Monteiro, por exemplo, a sustentar hipocritamente que «todos desejam o aumento do SMN», mas que tal «só é possível se não puser em causa o emprego e a sobrevivência das empresas».
O que levou Rita Rato a confessar não saber como se dirigir ao deputado do CDS, se «como democrata-cristão preocupado com a pobreza do País ou como homem de mão do patronato que defende baixos salários».
E acusou aquele partido de saber que em 2011, quando o governo tomou posse, o SMN estava congelado mas nada ter feito para alterar a situação até 2014. Mais, considerou que o governo anterior o que fez foi dar uma «borla» aos patrões com a descida TSU.
Rita Rato chamou ainda a atenção para o facto de o valor do SMN – 485 euros, limpos – constituir um drama que atinge mais de 700 mil portugueses, que se vêem obrigados a «fazer contas à vida porque o que auferem é insuficiente para garantir condições de uma vida digna».
Em sua opinião, o SMN é uma «vergonha nacional» e lembrou que no nosso País o seu valor é dos mais baixos da Zona Euro.
Daí o PCP considerar que o aumento do SMN até aos 600 euros é «uma necessidade, uma exigência, um direito fundamental consagrado na Constituição que deve ser concretizado».